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Vamos Pensar? (27)

 
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O Portão Nunca Se Fecha Onde Existe Amor, texto de Noel Silva Pereira

Quando chegou em casa, enrolado em um pano, não sabia se era um rato ou cachorro, me falaram que era da raça Pinscher, nº 1, dos menores que há. Era 2009, ano do nascimento de minha neta a Lara. Foi muito bem recebido pelas crianças. Thiago com 10 anos, Camily com 4 anos de idade. Mas foi o Thiago quem o escolheu, e ele escolheu o Thiago. Agora faltava escolher o nome. Reunião entre as crianças. Chegaram ao nome: ‘Snoopy”. Não sei se fazendo referência ao desenho animado que eu muito assisti em minha infância, mas que eles só conheciam em figuras e quadrinhos na internet. Sabendo eu que o Snoopy do desenho animado era inteligente, dócil, livre e aventureiro, me perguntei olhando para dentro da caixa de papelão, se for cachorro mesmo,  vou ver se tem as qualidades e características do Snoopy do desenho animado. Mas Snoopy rosnava e queria morder qualquer um que lhe incomodasse. Já nos primeiros meses, percebemos que ele era sempre mal-humorado com todos, menos com o Thiago. Ele não ...

Somos a Geração Mais Desinformada da História, texto de Suzana Valença ( Apresentando novos blogs)

Consumimos muita mídia, mas lemos pouquíssimas notícias. Passamos mais tempo consumindo mídia do que qualquer outro momento da história humana. Nunca tivemos tanto acesso à informação. Entretanto, nem sempre quantidade quer dizer qualidade. Além de que, algumas vezes, excesso de dados não facilita a comunicação, dificulta. Passamos muito tempo conectados, mas estamos lendo (ouvindo, vendo) cada vez menos notícias. Esta semana, eu estava assistindo a uma aula do professor Thomas E. Patterson. Ele mostrou uma pesquisa na qual jovens foram perguntados sobre notícias do momento. Umas das questões era “quem é o atual primeiro-ministro de Israel?”. Mesmo sendo apresentados a múltiplas alternativas, a maioria dos entrevistados não acertou a resposta. No livro We the People, Patterson explica que estamos passando muito tempo consumindo mídia, mais do que nunca. Mas que a quantidade de alternativas de conteúdo é tanta que muitos acabam não lendo, ouvindo ou assistindo notícias como antes. Por q...

Mulheres da Fuvest (6) Opúsculo Humanitário: Nísia Floresta (1853)

      Enquanto pelo Velho e Novo mundo vai ressoando o brado - emancipação da mulher - nossa débil voz se levanta, na capital do império de Santa Cruz, clamando - educai as mulheres!      Povos do Brasil, que vos dizeis colonizados! Governo, que vos dizeis liberal! Onde está a doação mais importante dessa civilização, desse liberalismo?      Em todos os campos, e em todas as nações do mundo, a educação da mulher foi sempre um dos mais salientes característicos da civilização dos povos. Na Ásia, esse berço maravilhoso do gênero humano e da filosofia, a mulher foi smpre considerada como um instrumento do prazer material do homem, ou como sua mais submissa escrava: assim, os seus povos, mesmo aqueles que atingiram oa mais alto grau de glória, tais como os babilônios, ostentando aos olhos das antigas gerações suas admiráveis muralhas, seus suspensos e soberbos jardins, suas colunatas de pórfiro, seus templos de jaspe, com zimbórios de pedras prec...

O Problema é Manter Os Sonhos Cativos, Priscila Aquino

De vez em quando a gente precisa abrir as gavetas do tempo, limpar os armários da memória e arejar a alma.  Se você olhar com atenção, é bem provável que encontre, dentro de si, sonhos empoeirados, acomodados uns sobre os outros, encostados em cantos escuros de seu íntimo. Por isso, é preciso arejar.  Com o passar do tempo, algumas gavetas podem ficar emperradas pelo desuso e pelo esquecimento e acabarem aprisionando possibilidades, ou improbabilidades, que se aquietaram à espera de um momento certo que nunca chegou ou, se chegou, passou despercebido. Os pequenos sonhos são os mais fáceis de se perderem nessas gavetas, pois entram em frestas e se acomodam, esfarelam e acabam desaparecendo por completo. Se perdem com facilidade nos muitos porquês, nos severos nãos, nas amargas recusas e enferrujam, tristes, desacreditados, desesperançados.  Abrir as gavetas é olhar para dentro de si e compreender que somos mais feitos de sonhos do que imaginamos, pois são eles que nos impu...

Vamos Pensar? (27)

 

Mulheres da Fuvest (5): Júlia Lopes de Almeida (Memórias de Martha) Matéria de Isabella Andrade

Resumo do livro ‘ Memórias de Martha’ O romance Memórias de Martha, primeiro da escritora Júlia Lopes de Almeida, foi publicado inicialmente como folhetim em 1888 e compilado em livro no ano seguinte, 1889, um ano antes de O Cortiço, de Aluísio Azevedo. Classificado como um romance memorialista, a obra é uma autobiografia ficcional narrada em primeira pessoa. A protagonista, Martha, narra os acontecimentos mais marcantes de sua vida, desde a infância até o momento da narrativa, que coincide com a morte de sua mãe. Cenário e contexto histórico A história se passa no final do século XIX. Quando jovem, Martha perde o pai, e sua mãe, também chamada Martha, precisa trabalhar como engomadeira para sustentar as duas. A renda escassa obriga-as a morar em um cortiço no bairro de São Cristóvão, na então capital do Império, Rio de Janeiro. Martha descreve o cortiço como um lugar úmido, fétido, devido a um matadouro próximo, e o quarto onde viviam como estreito, abafado e escuro. É de se notar que...